É muito difícil escrever sobre algo tão inexplicável como
Nilton Santos. Poucos conseguiram ser justos ao descrevê-lo, e talvez apenas
Armando Nogueira tenha conseguido ser brilhante nessa tarefa. No entanto, mais
algumas palavras sobre o ídolo nunca são demais, por tudo que ele representa
para o Botafogo, para o futebol brasileiro e para o esporte internacional.
O meu foco para falar de Nilton Santos, é um pouco
diferente, e a necessidade de escrever partiu após uma observação. Ao
acompanhar a despedida ao mestre, a última vez que Nilton Santos esteve nos
braços de sua torcida, a caminho de seu derradeiro lar, pude conferir que a
maior parte dos presentes, assim como eu mesmo, nunca tínhamos visto Nilton
Santos jogar, muitos nem mesmo eram nascidos durante sua época de dirigente do
alvinegro. Como explicar esse fascínio que ele ainda causa à torcida, fascínio esse
que me faz escrever o texto, e provavelmente lhe faz ler, sem nunca tê-lo visto
vestir nosso manto em campo?
Nilton Santos, apesar de ser um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, não é o nosso maior craque (posto esse ocupado merecidamente pelo Mané, seu grande amigo e companheiro de Botafogo e seleção), no entanto, sem dúvidas, é a figura maior do panteão de Deuses do Botafogo, o ídolo maior, pois é a personificação de tudo aquilo que acreditamos que cada jogador deve ser ao vestir nossa gloriosa camisa. Até mesmo, sobre o amor que cada torcedor tem que sentir ao entoar o nosso hino. Mais do que um jogador, Nilton Santos já nos foi apresentado como mito. Ao ouvir todas as lendas que envolvem seu nome, geralmente contadas por nossos pais e avós, várias gerações cresceram (e ainda crescem) idealizando tudo aquilo que ele representa, e sempre representará, para o nosso clube.
Nilton Santos, para todo botafoguense com menos de 50 anos,
não é um jogador, é uma entidade, que sempre esteve num plano etéreo, como se
estivesse fora do alcance de nós mortais, dentre esses inclusive, outros
craques alvinegros. Como todo mito, será eterno enquanto suas histórias forem
contadas de pai para filho, e sem dúvida, enquanto houver um coração alvinegro,
Nilton Santos viverá.
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