quarta-feira, 14 de maio de 2008

Minha única manifestação sobre o problema das Torcidas Organizadas

Entrevista com Bebeto de Freitas:
"Não deu outra. O presidente Paulo Roberto de Freitas manteve o discurso duro no caso envolvendo o subsídio de ingresso para as torcidas organizadas. Ele esteve no Engenhão para acompanhar o último treino antes do enfrentamento diante do Atlético Mineiro e, ao contrário do dia anterior, resolveu falar. A novidade ficou por conta de uma revelação bem conhecida dos mais íntimos das paredes de General Severiano: segundo ele, a administração anterior mantinha na folha de pagamento dos funcionários vários "torcedores organizados." A briga ocorrida na sala de troféus envolvendo o colaborador Ricardo Rotenberg também veio à tona. Outra situação que os freqüentadores da sede sabiam com detalhes.
"Por quê o clube tem beneficiar um grupo de torcedores em detrimento de outro? Torcedores, somos todos nós. Eu não tenho porque fazer isso. Senão, seria o caso de beneficiar a todos. Se eu pudesse, faria para todos os torcedores. Teria o maior prazer em fazer. O Botafogo não me pertence. Eu tenho responsabilidades. Se comparar esse grupo com os demais, não é justo com o restante da torcida. O clube conseguiu uma série de benefícios para melhorar a chegada do torcedor ao estádio. A gente trabalha com a Polícia Militar, Bombeiros, Guarda Municipal, SuperVia e demos segurança do lado de fora e interna. Dobramos o número de catracas e facilitamos o sistema de pagamento."
Ele prosseguiu: "Além disso tudo, por quê o clube ainda tem de beneficiar um grupo? Por mais amor que eles tenham pelo clube, e eu acredito porque nunca me criaram qualquer tipo de problema, não posso prejudicar a maioria. Não vou fazer isso. Não acho correto. Nunca achei. Sempre fui um torcedor de arquibancada. Sempre pagando o meu bilhete. Em estádio de primeiro mundo a administração tem de ser de primeiro mundo. Não pode ser de décimo. Estávamos tentando montar a atual estrutura desde setembro. Mas as coisas nem sempre acontecem como a gente gostaria."
Segundo o primeiro mandatário, as organizadas queriam algo diferente. "O que me chegou é que eles não queriam comprar o meio ingresso. Querem que chegue nas mãos deles. E isso o clube não o fará. Se tem ingresso, dar de graça tão pouco. Quando eu assumi, o Botafogo estava arrebentado. Perdido, sem dignidade, orgulho e na Segunda Divisão. Para trazê-lo de volta foi necessário fazer investimentos. Aqui a responsabilidade é de cumprir os compromissos. E nós precisamos do estádio. É uma receita que o Botafogo não pode abrir mão." Logo depois, o presidente citou o caso da administração anterior:
"Na primeira gestão precisei dispensar uns cento e alguma coisa de funcionários do clube porque não havia condição de pagar. E dentre eles havia um grupo, que era de uma determinada torcida. Eram funcionários do Botafogo. Esse torcedores, não vou dizer todos, mas a maioria eu nunca mais vi em jogos do Botafogo. Quando eu assumi, não houve problema algum. Nós usamos o Caio Martins, mas era uma situação diferente. Nós chamávamos muito carinhosamente de galinheiro de luxo. Porque nós montamos algo improvisado, que funcionou. Depois fomos para a Ilha. Da mesma maneira. Mas nós não fazíamos distribuição de ingresso. Não tínhamos como garantir a entrega de um produto da forma correta. Agora, nós criamos a estrutura. E não tem porque fazer uma coisa diferente."
E mais: "Aí, teve problema. Eles explodiram e teve agressão a um diretor do Botafogo. Esse tempo acabou. Chega com isso. Não podemos continuar querendo enganar essas pessoas. Nós vamos dar facilidades para todos. Por quê eu vou beneficiar um grupo e não toda a torcida? Se você encontrar uma razão, eu faço." O papo com Bebeto de Freitas aconteceu no hall de acesso aos vestiários do Engenhão. Com ou sem organizadas, ao fechamento dos postos de venda o movimento contabilizava cerca de 13 mil bilhetes vendidos. Uma porcentagem que deve aumentar consideravelmente porque o carioca, em geral, tem o hábito de comprar o bilhete horas antes da partida.
A agressão a Ricardo Rotenberg aconteceu dias antes da segunda final do Campeonato Carioca. Na sala de troféus e próximo da sala da presidência. Envolveu um pequeno grupo de pessoas. Por pouco não danificando algumas peças que ficam no salão. Segundo rumores em General Severiano, havia a pretensão das organizadas de aumentar o número de ingressos subsidiados sob a argumentação de que estaria sendo disputada uma final de estadual. Como a diretoria se recusou a atender ao pedido houve a agressão. A partir daí, o clima azedou de vez.
Por fim, o presidente elogiou o atual elenco: "Eu não tenho, de minha parte, como investir mais. O time que nós temos é aquele que podemos ter. Eu me orgulho do trabalho deles e do que vem sendo feito pela comissão técnica. Apesar de todas as dificuldades estão disputando títulos e progredindo. Não é o melhor time do mundo, mas briga, luta e trabalha com toda a dignidade." Este é o último ano de Paulo Roberto de Freitas na presidência. Não pode tentar uma terceira eleição porque o estatuto do clube permite somente duas. Oficialmente, até o momento, nenhum candidato anunciou oficialmente a candidatura para o pleito de dezembro.

Entrevista retirada do site www.vestiarioalvinegro.com.br em 14/05/08

Vale a pena ler tudo.

Saudações Alvinegras!

Nenhum comentário: